sexta-feira, 20 de julho de 2012

‘Era uma vez... GRIMM’ arranca aplausos prolongados

Antonio Carlos Ribeiro

A peça teatral Era uma vez... GRIMM, do autor, diretor e ator José Mauro Brant, e o ator e músico Tim Rescala, consegue apresentar uma primorosa pesquisa, releitura de clássicos, música instrumental, figurino impecável, recursos de palco e imagens digitais complementares, somados a um elenco preparado, afinado e bem humorado.


A peça está em cartaz de 5ª a domingo até o fim de julho no Teatro Sesc Ginástico, como um duplo musical, nas versões infantil e adulta. A apresentação revela o primor ao lidar com as histórias dos Grimm, o contexto da época e a interação com nossa realidade, revelando uma pesquisa dedicada à busca da linguagem mais abrangente para contar histórias, com boa música instrumental.

A montagem faz uma releitura de clássicos como Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e O Junípero, homenageando os 200 anos da primeira edição do volume de contos dos Irmãos Grimm, recebendo assessoria pedagógica e curadoria de mesas de debates da Cátedra UNESCO de Leitura (PUC-Rio).

A seleção dos contos é adaptada a uma linguagem musical com momentos de comédia e terror, no mesmo ritmo das cenas dos atores e das imagens digitais sobre uma tela semitransparente, que permite vislumbrar os músicos – que acompanham tocando trompa, flauta, clarinete, violoncelo e viola, sob a direção de Rescala – sem que os atores José Mauro Brant e Wladimir Pinheiro, como os irmãos Grimm e os personagens dos contos, e as atrizes Ester Elias e Janaina Azevedo, que dão vida às madrastas e princesas deixem o palco principal.

A obra bicentenária dos irmãos Jacob (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859) é o livro Contos da Criança e do Lar, publicado com apenas 900 exemplares. Assim, o espetáculo descreve a vida dos irmãos e dos personagens de seus livros.

Além da movimentação no palco, os atores usam técnicas como manipulações de bonecos, projeções de imagens e jogos de sombras ao encenar personagens conhecidos do público, sem abrir mão da forma escrita original dos contos.

O espetáculo é apresentado ao público infantil aos sábados e domingos às 16 horas. Já o público adulto, lucra com as apresentações de quinta a domingo às 19 horas, com mudanças na encenação. O palco parece o desdobramento de um livro gigante para contos universais, do qual saltam personagens tidos como infantis, mas são interpretados para adultos.

Segundo José Mauro Brant, “a intenção foi resgatar esse lado menos explorado, sem perder o lirismo”, que divide a direção da peça ao lado de Sueli Guerra, e atuarem nela. Já a música, com traços de ópera, tem a marca de Tim Rescala, através das canções tocadas e dos enredos, ao desenrolar das tramas.

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