domingo, 27 de novembro de 2011

Igrejas e Koinonia apóiam luta dos moradores de Santa Teresa

ALC

Rio de Janeiro – Representantes das Igrejas Anglicana, Luterana, Presbiteriana Unida, Batista e Koinonia Presença Ecumênica e Serviço participaram no sábado, dia 27, do Ato Ecumênico Iluminando os trilhos da Justiça, na Luta dos Moradores de Santa Teresa e em memória das vítimas do descaso do Governo Estadual com o sistema de bondes, que resultou em 8 mortes e 50 feridos nos últimos três meses. A celebração teve momentos de reflexão, canto e informação sobre as etapas da luta por justiça.


Da esquerda: Rev. Artur Cavalcante, secretário geral da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Rev. Eduardo Dutra, da Igreja Presbiteriana Unida (IPU), Pastor Nilo Tavares (Aliança de Batistas do Brasil), Rev. Daniel Rangel Cabral Jr (IEAB), D. Filadelfo Oliveira, bispo diocesano (IEAB), Prof. Jorge Atílio Iulianelli (Koinonia), Pastor Antonio Carlos Ribeiro, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Rev. Luiz Caetano Grecco Teixeira (IEAB) e a teóloga Marilia Schüler (Koinonia)

O ato começou com procissão que saiu da Igreja São Paulo e foi reunindo pessoas até chegar ao largo do Curvelo, a poucos metros da travessia dos Arcos da Lapa, marco da tradição cultural, no centro da cidade, e foi realizado pelo terceiro mês consecutivo após o acidente. O sistema de bondes, que funciona há 115 anos, não é apenas um marco turístico da cidade maravilhosa, mas meio de transporte para os moradores e atrativo fundamental da vida econômica do bairro.

As ordens judiciais que determinam a recuperação do serviço são de 2008, data desde a qual são descumpridas pelo governo estadual, atitude com a qual o governador Sérgio Cabral e o secretário de transportes Júlio Lopes – com a omissão do Ministério Público do Rio de Janeiro, ao não exigir o cumprimento da sentença – assumiram o risco de provocar morte com os acidentes, como ocorrido no dia 27 de agosto. O Conselho Nacional do Ministério Público investiga a omissão do MPRJ por causa do maior acidente da história dos bondes.

A decisão do governo estadual errou ainda ao trocar os bondes por Veículos de Transporte Leve (VTL), ao desconsiderar o decreto de tombamento, já que os bondes são tombados na aparência e no sistema, que incluem aspecto a rota e o sistema paisagístico do tradicional bairro, e ter se baseado apenas nos órgãos de patrimônio, que não se sobrepõem à lei, limitando-se a anunciar uma reforma para 2014, que não atende o prazo da sentença judicial e conjuga interesses comerciais e eleitorais, com a realização dos jogos de futebol da Copa e a realização de eleições.


As igrejas e entidades consideraram justas e manifestaram apoio às reivindicações da população, que sofria com o transporte de baixa, agravado com o acidente com vítimas fatais e o descaso tornado decisão com a paralisação do serviço. A celebração no local do acidente, com uma réplica do “bondinho” e a lembrança do nome das vítimas é um manifesto que não deixa a dor dos moradores sucumbir ao brilho ofuscante dos prédios e praças do centro e nem à indiferença das autoridades.

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